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Classificação da soja

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A classificação da soja é regulamentada pela Portaria nº 262, de 23 de novembro de 1983 que aprova as especificações para a padronização, classificação e comercialização da soja em grãos.

Classificação da soja

1. OBJETIVO
Tem como objetivo definir as características de identidade, qualidade, apresentação, embalagem e as medidas correlatas para soja Glycine max (L) Merril destinada à comercialização.

2. Para efeitos desta Portaria, consideram-se os conceitos a seguir listados.

2.1. Soja
São grãos de qualquer cultivar da leguminosa Glycine max (L) Merril.

2.2. Umidade
Percentual de água encontrado na amostra em seu estado original.

2.3. Matérias estranhas e,ou, impurezas
Todo material que vazar através de peneiras, com as seguintes características:
Espessura de chapa: 0,8 mm;
quantidade de furos: 400/100 cm²;
diâmetro dos furos: 3,0 mm
ou que nela ficar retido, mas que não seja soja, inclusive vagem não debulhada.

2.3.1. A casca do grão de soja (película) retida na peneira não é considerada impureza.

2.4. Avariados
Grãos ou pedaços de grãos ardidos, brotados, imaturos, chochos, mofados ou danificados. Grãos com casca enrugada ou com alteração na cor, com desenvolvimento fisiológico completo, somente não considerado avariados se sua polpa estiver alterada.

2.4.1. Ardidos
Grãos ou pedaços de grãos que pela ação do calor e,ou, umidade, estão visivelmente fermentados, com coloração marrom ou escura exteriormente e interiormente.

2.4.2. Brotados
Grãos que apresentam indícios de germinação ou germinados.

2.4.3. Imaturos
Grãos ou pedaços de grãos ainda verdes, por não terem atingido o seu desenvolvimento completo.

2.4.4. Chochos
Grãos que enrugados e atrofiados.

2.4.5. Mofados
Grãos ou pedaços de grãos visivelmente afetados por fungo.

2.4.6. Danificados
Grãos ou pedaços de grãos atacados por pragas e,ou, doenças, afetados por processos de secagem incorreta ou por qualquer outra causa.

2.5. Quebrados
Pedaços de grãos sadios, inclusive cotilédones, que ficam retidos na peneira especificada no item 2.3.

2.6. Esverdeados
Grãos ou pedaços de grãos com coloração esverdeada na casca e na polpa, em decorrência de maturação forçada.

3. CLASSIFICAÇÃO
3.1. A classificação que visa determinar a qualidade da soja em grão será feita conforme os limites máximos de tolerância. Veja a tabela a seguir.

Fator de Qualidade Padrão Básico (%)

3.2. Desclassificação
Será desclassificada a soja em grãos que apresentar:

3.2.1. Mau estado de conservação;

3.2.2. Aspecto generalizado de mofo e fermentada;

3.2.3. Acentuado odor estranho (ácido ou azedo) de qualquer natureza, tornando imprópria e prejudicial a sua utilização normal;

3.2.4. Bagas de mamona ou outras sementes venenosas;

3.2.4.1. No caso previsto neste item, será admitido o rebeneficiamento do produto, para novo enquadramento.

3.2.5. No certificado de classificação serão declarados os motivos que levaram à desclassificação.

4. AMOSTRAGEM

4.1. A retirada ou extração de amostras será feita de acordo com a regulamentação em vigor.

4.1.1. Na soja ensacada as amostras serão retiradas por furação ou calagem em, no mínimo, 10% do lote. Os sacos são escolhidos ao acaso, sempre representando a sua expressão média, numa proporção mínima de 30 gramas por saco.

4.1.2. Soja a granel

4.1.2.1. Na soja transportada a granel, far-se-á amostragem em cinco pontos diferentes do veículo retirando-se no mínimo três quilos do produto.

4.1.2.2. Na soja armazenada a granel, serão retirados 40 quilogramas para cada série de 500 toneladas ou fração.

4.1.3. As amostras extraídas serão homogeneizadas, reduzidas e acondicionadas em sacos impermeáveis ou de outro material que lhe confira estabilidade idêntica, em três ou mais vias, com peso de um quilo cada, destinando-se uma ao interessado e duas ao órgão classificador. O restante será devolvido ao proprietário.

4.1.4. O peso da amostra a ser classificada será no mínimo de 250  gramas.

5. SEQÜÊNCIA OPERACIONAL

5.1. Determinações

5.1.1. Matérias estranhas e,ou, impurezas
Serão determinadas através da peneira especificada no item 2.3.

5.1.2. Umidade
Será apurada sobre a amostra isenta de matérias estranhas e,ou, impurezas e determinada em estufa de ar até peso constante, de acordo com os métodos oficializados pelo Ministério da Agricultura, conforme Portaria nº 234, de 04.08.80, ou por meio de aparelhos que ofereçam resultados equivalentes.

5.1.3. Grãos avariados
Serão determinados na amostra isenta de matérias estranhas e,ou, impurezas.

5.1.4. Grãos quebrados
Serão apurados na amostra isenta de matérias estranhas e,ou, impurezas e avariados, determinados através da peneira especificada no item 2.3.

6. EMBALAGEM




6.1. A soja deverá ser acondicionada em saco de aniagem ou outro material que confira proteção, garantia e segurança da qualidade do produto.

6.1.1. As embalagens devem ser limpas e resistentes.

6.1.2. A capacidade do saco deve ser de  50 quilos de peso do produto.

7. CERTIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO

7.1. Os certificados de classificação serão emitidos pelo Órgão Oficial de Classificação, devidamente credenciado pelo Ministério da Agricultura, em modelo oficial e de acordo com a legislação em vigor.

7.1.1. No caso da soja de safras diferentes, prevalecerá a safra mais antiga, de acordo com os comprovantes existentes.

7.2. Os certificados de classificação serão válidos pelo prazo de 120 dias, contados da data de sua emissão.

8. DISPOSIÇÕES GERAIS

8.1. Os casos omissos serão resolvidos pelo órgão competente do Ministério da Agricultura.

ÂNGELO AMAURY STÁBILE.

Ministério da Agricultura

Exportação

Para os casos de exportação, a soja será classificada de acordo com as normas e recomendações constantes nos contratos da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais – ANEC.

Os contratos podem ser consultados através do link:

http://www.anec.com.br/principal.html

Fontes

http://www.anec.com.br/principal.html

http://www.agricultura.gov.br




HISTÓRICO DA SOJA

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A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma cultura cuja origem se atribui ao continente asiático, sobretudo a região do rio Yangtse, na China. A cultura que hoje se planta resulta da evolução de sucessivos processos de melhoramento de genótipos ancestrais, diferentes dos que se utilizam na atualidade. Esse processo, ao que parece, iniciou-se naturalmente entre espécies selvagens, com a posterior domesticação dessas, e, a partir daí, o homem passou a direcionar melhoramento genético visando obter as características  mais  desejadas.

O cultivo da soja é muito antigo. Alguns relatos revelam que os plantios de soja remontam a 2838 anos A.C, na China, sendo muitos desses escritos numa língua ainda arcaica. Na cultura chinesa daquele período, algumas plantas eram consideradas sagradas, dentre elas a soja. Por séculos, a cultura permaneceu restrita ao oriente, só sendo introduzida no ocidente, pela Europa, por volta do século XV, não com finalidade de alimentação, como acontecia na China e Japão, mas de ornamentação, como na Inglaterra, França e Alemanha.

Mais de quinhentos anos passaram-se até que a civilização ocidental percebesse o valor do grão de soja na alimentação, principalmente o seu valor protéico.

As primeiras tentativas de produção de soja na Europa fracassaram, provavelmente, devido a fatores climáticos, ausência de conhecimento sobre a cultura e suas exigências. Os norte-americanos foram os que, entre o fim do século XIX e início do século XX, conseguiram desenvolver o cultivo comercial da soja, criando novas variedades, com teor de óleo mais elevado. A partir de então, ocorreu a expansão do seu cultivo.

A Soja no Brasil

A introdução da soja no Brasil deu-se por volta de 1882, e foi o professor Gustavo Dutra, da Escola de Agronomia da Bahia, o responsável pelos primeiros estudos com a cultura no país. Cerca de dez anos depois, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no Estado de São Paulo, também iniciou estudos para obtenção de cultivares aptos à região. Naquela época, porém, o interesse pela cultura não era pelo seu material nobre, o grão, era mais pela planta como uma espécie a ser utilizada como forrageira e na rotação de culturas. Os grãos eram administrados aos animais já que ainda não havia o seu emprego na indústria.

Cerca de uma década após iniciar estudos com a cultura, no início do século XX, o IAC iniciou a distribuição de sementes para produtores do Estado. Relatos indicam que foi nesse período que a região sul do país, mais especificamente o Estado do Rio Grande do Sul, começou a cultivar a soja, e foi nessa região que a cultura encontrou condições ideais para o seu desenvolvimento. Credita-se à similaridade do clima da região sul do país com a do clima do sul dos Estados Unidos, local de origem dos primeiros genótipos da soja brasileira, sua adaptação a aquela região.

A região sul foi responsável, até 1960 e 1970, por ser a produtora majoritária do país, sobretudo no Rio Grande do Sul e Paraná, ainda hoje grandes produtores. Porém, atualmente, já perderam em volume para o Mato Grosso, que é agora o maior produtor nacional. A partir dos anos 80, a soja estendeu-se para o cerrado, uma vasta região que abrange o chamado polígono dos solos ácidos, ou seja: Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia. Com isso, a região do cerrado tornou-se a maior região produtora do país. A expansão para essa nova fronteira agrícola deveu-se, basicamente, aos estudos de fertilização dos solos do cerrado, à sua topografia plana e favorável à mecanização, e o desenvolvimento de plantas aptas à região.

Produção

O primeiro registro de cultivo comercial de soja no Brasil data de 1914, no município de Santa Rosa, RS. Mas, foi somente a partir dos anos 40 que o seu cultivo adquiriu alguma importância econômica, merecendo o primeiro registro estatístico nacional, em 1941, no Anuário Agrícola do Rio Grande do Sul, onde se lê: área cultivada de 640 ha, produção de 450 t e rendimento de 700 kg/ha. Nesse mesmo ano, instalou-se a primeira indústria processadora de soja do País, em Santa Rosa, RS, e, em 1949, com produção de 25.000t, o Brasil figurou, pela primeira vez, como produtor de soja nas estatísticas internacionais.

A partir da década de 1960, devido à política de subsídios ao trigo, visando auto-suficiência do país desse grão, foi que a soja se estabeleceu como cultura economicamente importante para o Brasil. Naquela década, sua produção multiplicou-se por cinco (passou de 206 mil toneladas, em 1960, para 1,056 milhões de toneladas, em 1969). A maior parte desse volume,  98%,  foi produzido nos três estados da Região Sul, onde prevalecia a dobradinha, trigo no inverno e soja no verão.

Apesar do significativo crescimento da produção no correr dos anos 60, foi na década seguinte que a soja consolidou-se como a principal cultura do agronegócio brasileiro, passando de 1,5 milhões de toneladas (1970) para mais de 15 milhões de toneladas (1979). Esse crescimento deveu-se, não apenas ao aumento da área cultivada (1,3 para 8,8 milhões de hectares), mas, também, ao expressivo incremento da produtividade (1,14 para 1,73t/ha), graças às novas tecnologias disponibilizadas aos produtores pela pesquisa brasileira. Mais de 80% do volume produzido na época ainda se concentrava nos três estados da Região Sul do Brasil.

Nas décadas de 1980 e 1990, repetiu-se, na região tropical do Brasil, o explosivo crescimento da produção ocorrido nas duas décadas anteriores na Região Sul. Em 1970, menos de 2% da produção nacional de soja era colhida no centro-oeste. Em 1980, esse percentual passou para 20%; em 1990, já era superior a 40%, e, em 2003, próximo dos 60%, com tendências a ocupar maior espaço a cada nova safra. Essa transformação promoveu o Estado do Mato Grosso, de produtor marginal a líder nacional de produção e de produtividade de soja.

Fontes

http://www.cnpso.embrapa.br

http://www.solae.com.br/soyessentials/soyessentials.html

http://www.ilsoy.org/_dl/Kids/Sixth_Grade_History_as_a_Glance2.pdf

http://www.fundacaomeridional.com.br/soja/historico.html

http://www.solae.com.br/soyessentials/soyessentials.html

http://chinese-school.netfirms.com/soybean-history.html